Movimentos interessantes foram feitos nas últimas semanas pelo empório comandado por Mark Zuckerberg. Por outro lado, confirmam-se os rumores de que o Facebook, independentemente do Instagram, entraria no território efêmero denominado "Histórias".
Por outro lado, bata na mesa e contrata o ex-Xiaomi Hugo Barra para liderar sua unidade Oculus, equipe responsável pelo desenvolvimento do programa de realidade virtual da empresa. E sem esquecer, as declarações de Zuckerberg em petit Committee sobre a identidade real de uma rede social que tenta encontrar o seu lugar num ambiente em constante mudança. Nós começamos.
Histórias, guerra total contra o Snapchat
A obsessão de Mark Zuckerberg pela empresa fundada pelo bilionário Evan Speigel é bem conhecida. Depois de várias tentativas de compra fracassadas, a empresa azul passou a entender que a melhor maneira de competir contra o fantasma em um fundo amarelo é copiar literalmente o modelo.
Não satisfeitos em copiar o modelo no Instagram, eles já estão realizando testes piloto para o Facebook (na Irlanda) e o serviço deve estar disponível para todos os usuários em breve. Pouco se sabe sobre o funcionamento do Stories no Facebook, mas espera-se que todo o o conteúdo publicado tem uma duração de 24 horas. Em relação à forma como o conteúdo será exibido, espera-se que ele fique localizado na margem superior do aplicativo e que não apareça na parede de cada usuário. Estratégia lógica já que o usuário terá um certo grau de privacidade na 'parede', já que a funcionalidade 'Histórias' é projetada para compartilhar conteúdos mais informais, valiosos pela sua natureza efêmera. Para os perfis com talentos artísticos mais desenvolvidos, eles manterão as opções do Instagram de stickers, filtros, edição de conteúdo compartilhado, etc.
Como primeiro objetivo, o Facebook se propôs a repetir os números colhidos no Instagram, já que o aplicativo multicolorido conseguiu atingir 100 milhões de usuários ativos por dia em apenas dois meses.
Embora ainda não seja um serviço estabelecido, as primeiras críticas já surgiram, alegando falta de originalidade no modelo, idêntico ao Instagram e terrivelmente semelhante ao Snapchat. Zuckerberg está tão ciente de suas deficiências criativas quanto do tremendo potencial de publicidade em suas mãos. Sua mensagem é clara: "Queremos tornar as coisas mais fáceis para as pessoas compartilharem conteúdo criativo, fotos e vídeos com quem e quando quiserem."
Um velho conhecido para mergulhar no futuro
Hugo Barra (Bello Horizonte, 1976) pode não lhe parecer familiar. Mark Zuckerberg pouco se importa, pois sabe que a Barra é um dos poucos ativos do mercado que pode agregar ao seu time para dar mais uma reviravolta ao seu império social estabelecido. O ex-Google e Xiaomi (onde foi seu embaixador internacional) se unem com o objetivo claro de desenvolver o programa de realidade virtual da empresa (chamado Oculus).
O CEO da empresa não poderia estar mais exultante após o anúncio. Isso foi demonstrado em seu mural pessoal: “Mesmo que ele esteja na China agora, Hugo e eu estamos em realidade virtual juntos. Isso parece fazer sentido. Eu o conheço há muito tempo, quando ele começou a construir o Android. Compartilhe a crença de que a realidade virtual será a próxima grande plataforma. Graças a ele vamos ser mais criativos do que nunca ”.
As mentiras cor-de-rosa do Vale do Silício sugerem que a contratação de Barra é explicada em termos de vingança. Há rumores de que o brasileiro teve que deixar o Google ao saber que sua parceira (Amanda Rosenberg, modelo do Google Glass) tinha um relacionamento secreto com Sergey Brin.
Bem, é verdade que para o Facebook, a realidade virtual será um dos grandes eixos sobre os quais ancorará seu futuro. Para fazer isso, os usuários entrarão em contato onde a barreira do espaço físico não será mais um obstáculo. No momento, espera-se um investimento de 3 bilhões de dólares na próxima década.
Facebook, o que é mesmo?
Essa é a pergunta que muitos especialistas do setor se fazem. Após a compra do Instagram, a investida no efêmero por meio de Histórias e os primeiros contatos com a realidade, não está claro qual será o real papel da rede social que deu início a tudo.
Zuckerberg, sempre pouco dado a ser excessivamente nervoso, afirma que para ele o Facebook “Não é uma empresa de tecnologia comum, nem um meio de comunicação comum, talvez um pouco dos dois”.
As falas do Conselheiro Delgado são surpreendentes, pois é a primeira vez que ele reconhece abertamente o papel decisivo que sua rede social desempenha no mundo da informação. É preciso lembrar, como o Facebook foi apontado como uma das causas da vitória de Donald Trump, já que constantes boatos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram espalhados na plataforma. E embora sejam apenas afirmações em um fórum fechado, podem ser tomadas como uma pista em futuras decisões da empresa.
Devemos lembrar como o Twitter, diante da impossibilidade de lucrar com novos formatos e plataformas (Vine, que descanse em paz), não teve escolha senão reconhecer (na boca de Jack Dorsey) que seu futuro girará em torno das notícias (se for ao vivo, melhor do que melhor).